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CRÍTICA: Sallie Gardner at a Gallop (1878)

Este não é um filme, mas uma série de fotografias.

DIRETOR: Eadweard Muybridge
PRODUTOR: Leland Stanford
CINEMATOGRAFIA: Eadweard Muybridge
TÍTULO ALTERNATIVO: O Cavalo em Movimento
 
Eadweard Muybridge o responsável por essa obra, foi um dos grandes pioneiros inovadores do século 19, e é uma figura familiar para estudantes de história da arte, fotografia e cinema. Muybridge é mais conhecido pelas fotografias de cavalos e outros animais em movimento, que ele fez nas décadas de 1870 e 80. A primeira pessoa a usar a fotografia para congelar uma ação rápida para análise e estudo, ele desenvolveu um método para fotografar episódios de comportamento usando uma série de câmeras, produzindo algumas das fotos sequenciais mais famosas já feitas. Essas fotos, as primeiras fotos bem-sucedidas em movimento rápido, revolucionaram as expectativas sobre o que a fotografia poderia revelar sobre o mundo natural.
 
“Sallie Gardner at a Gallop” (ou em tradução livre “Sallie Gardner em um Galope”) igualmente conhecido como o “The Horse in Motion” (ou em tradução livre “O Cavalo em Movimento”), é uma série das fotografias que consistem em um equino a galope que no caso é a égua que leva o nome do filme/curta ‘Sallie Gardner’, isso foi o resultado de uma experiência fotográfica de Eadweard Muybridge em 15 de junho de 1878.
 
Às vezes citado como um filme mudo e não uma série de fotos, a série e os demais experimentos o fizeram dele ser um dos precursores ao desenvolvimento de retratos de movimento. A série consistia em 24 fotografias tiradas em rápida sucessão que foram mostradas em um zoopraxiscópio. Muybridge foi contratado por Leland Stanford, o industrial e cavaleiro, que estava interessado na análise do galope. O objetivo do curta era determinar se um cavalo galopante sempre levanta todos os quatro pés completamente fora do chão durante o galope; A esta velocidade, o olho humano não pode ver a ação. O experimento de Muybridge provou que a percepção humana é limitada em sua capacidade de identificar as imagens perdidas de tempo e espaço, a menos que o resultado final seja “próximo” o suficiente para reproduzir a realidade.

Claro que fazer uma crítica a esses curtas experimentais antigos como fiz com Passage de Venus, adicionando classificações de estrelas a eles e coisas do gênero em um contexto moderno é nada menos que estranho. Não foram filmes feitos para se divertir, para fins artísticos, para espalhar alguma uma mensagem ou algo do gênero. Este curta foi feito especialmente para verificar o equipamento de câmera! Então, depois de assistir a isso, o fato desse filme ainda existir hoje é nada menos que um milagre. Se é realmente divertido ou interessante (fora do sentido de sua criação) é uma coisa, mas é literalmente inspirador ver imagens em movimento tanto tempo atrás como essa. O cinema foi criado não porque algum artista tinha uma história que queria contar, foi inventado porque Eadweard Muybridge e alguns outros caras estranhos acharam que seria divertido! Os métodos usados ​​para produzir este filme não se qualificam como cinema como pensamos hoje, (embora o uso de várias câmeras diferentes para tirar uma foto individual cada uma represente as técnicas que mais tarde seriam usadas para construir a sequência de ‘bullet time’ em Matrix), o que significa o porque das pessas considerarem ele como um dos primeiros filmes já feitos. É verdade que Muybridge não partiu com uma câmera e fez um vídeo que ele então montou e isso não é tão estranho já que há um período de ‘pré-edição’ no cinema, mas na minha opinião o conceito cinematográfico mais básico é o movimento, e este curta certamente captura uma sensação de movimento que seria impossível imaginar de antemão em filme. Ao longo de sua carreira subsequente, Muybridge explorou os mesmos meios técnicos de captura de imagens em movimento ao filmar uma variedade de animais e humanos, contribuindo assim para a expansão não tanto do filme como meio, mas sim do nosso conhecimento de zoologia e anatomia no primeira instância.

No geral, o valor histórico permanece. Este pode não ter sido um verdadeiro filme, mas foi uma inspiração para o que estaria por vir. Deve ter sido uma experiência única ver algo em movimento que, no momento em que eles viram, já estava longe. Para alguns, “Sallie Gardner at a Gallop” é apenas uma filmagem de um cavalo correndo em campo. Outros, como é o caso deste crítico, vêem-no como um marco importante para o desenvolvimento do cinema como forma de arte.
 
Vídeo Abaixo
 

Classificação Final

Nota do Crítico

4/5

No geral, o valor histórico permanece. Este pode não ter sido um verdadeiro filme, mas foi uma inspiração para o que estaria por vir.

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Victor Damião

Fundador do Compêndio Nerd, DC Wiki BR e colecionador de Quadrinhos da DC Comics.

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