A Disney deu um grande passo para concluir a aquisição da 21st Century Fox, por US $ 71,3 bilhões, com a aprovação condicional do Brasil na quarta-feira.
Em um acordo com a agência antitruste do Brasil, a Disney venderá o canal a cabo Fox Sports, que atende o maior mercado de mídia da América do Sul. As autoridades reguladoras brasileiras concentraram-se no fato de a Disney pertencer à ESPN e à Fox Sports como se desse muito poder sobre os direitos esportivos e acordos relacionados.
Acredita-se que as aprovações do Brasil e do México sejam os últimos obstáculos que a Disney precisa eliminar antes de assumir formalmente a propriedade da maioria dos ativos da 21st Century Fox. Houve especulações de que a união histórica de dois estúdios de Hollywood poderia ser concluída já na próxima semana.
Na quarta-feira, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica do Brasil aprovou o acordo da Disney-Fox, subordinado ao acordo para vender a Fox Sports, entre outras medidas negociadas em um Acordo de Controle de Concentração. O prazo para a venda permanece confidencial, disse o conselho.
A fusão gerou preocupações com a concorrência no mercado de canais esportivos de TV paga do Brasil, que inclui a ESPN e a Fox Sports. O conselho antitruste observou que “atualmente, há apenas um rival… capaz de competir com esses canais”. Os reguladores no México teriam preocupações semelhantes sobre a propriedade da Disney nas propriedades da ESPN e da Fox Sports no país.
“Na avaliação do conselho, a [fusão] deixaria o setor de canais de esportes de TV paga ainda mais concentrado, com uma elevada probabilidade de um exercício de poder de mercado por parte da Disney”, escreveram os reguladores brasileiros. “Além disso, haveria o potencial de uma redução na qualidade e diversidade do conteúdo esportivo disponível, bem como um aumento nos custos que poderiam ser repassados aos consumidores“.
A venda da Fox Sports foi projetada para garantir que o mercado retenha o mesmo número de competidores consideráveis em esportes, com a SporTV (da GloboSat), a ESPN e qualquer negócio que compre os ativos da Fox Sports.
“O pacote de ativos a ser desmobilizado inclui todos os direitos de transmissão de eventos esportivos pertencentes à Fox Sports, todos os contratos com operadoras de TV paga, funcionários-chave, imóveis e equipamentos de transmissão”, escreveram os reguladores.
A Disney também concordou, por um período fixo, em não assinar acordos com as ligas esportivas que possuem acordos com a Fox Sports, em não tentar readquirir esses direitos, e oferecer o uso gratuito da marca Fox ao comprador da Fox Sports.
A declaração dos reguladores indica que as autoridades brasileiras de defesa da concorrência têm conferido com seus colegas mexicanos na avaliação da transação, o que sugere que a aprovação do México pode estar chegando em poucos dias. “Na América Latina, o estreito diálogo entre agências no Brasil, México e Chile resultou em uma solução coordenada para o caso”, escreveu o conselho brasileiro.