Sinopse:
Mantidos cativos e confrontados com suas execuções iminentes, cinquenta desconhecidos são forçados a escolher uma única pessoa entre eles que merece viver a cada 1 minuto.
Crítica:
Em uma câmara enorme e misteriosa, cinquenta estranhos despertam para se verem presos sem nenhuma lembrança de como chegaram lá. A cada dois minutos, um deles deve morrer … Executado por um pulso elétrico gerado a partir de uma fonte dentro da câmara. A princípio, os ataques parecem aleatórios, mas logo os estranhos percebem que eles, como grupo, têm o poder de decidir quem será o próximo a ser morto: pelo poder do voto. Vemos como a mentalidade de uma multidão reage no seu pior momento. Como eles vão escolher quem merece morrer? O que acontece quando resta apenas uma pessoa? “Circle” é um filme sobre a humanidade. Como valorizamos uns aos outros e como as pessoas reagem quando são forçados a tomar decisões nas piores circunstâncias possíveis. É um filme que fala ao âmago do que nos torna humanos – Quem somos, em que acreditamos e, em última análise, o que nos fazemos para nos salvar.
Notamos muitas críticas sociais no filme, de certa forma um tapa na cara da nossa sociedade hoje em dia, nos mostrando que todos em seu íntimo possuem algum preconceito dentro de si, até mesmo o quando julgamos outras pessoas por apenas serem diferentes de nós mesmos. Querendo ou não o filme até pode acabar se parecendo com um Big Brother modificado. Como um comentário social, nos é apresentado um amplo corte transversal de alguns estereótipos muito desagradáveis em todo o espectro. Nada foi poupado, seja raça, sexo, idade, deficiência, sexualidade, o filme forneceu alguns exemplos muito desleixados de estereótipos e discriminação.
Perto do final do filme, Eric (Michael Nardelli) é visto em um desempate com o feto da gestante – isso significa que quando a criança e a mulher grávida ainda estavam vivas, havia tecnicamente quatro jogadores restantes. Isso pode explicar a quantidade excessiva de crianças na cena final, onde Eric se aproxima do grupo de sobreviventes de seus respectivos jogos – posso notar então e já sugerindo que todos os fetos então estariam natimortos, e outros grupos podem ter percebido isso e optado pelo único filho (presumindo que eles foram confrontados com um dilema semelhante ao grupo que nós assistimos). Isso também obscurece a lógica de optar pela longevidade de um jogador grávido. Mas provável que como ambos estão no mesmo círculo isto não acontecesse, fica a incógnita no ar.
A psicologia usada, a crueldade no âmago das pessoas aparentemente cotidianas, a inocência, a traição, a discriminação e a humanidade nos outros é o que é tão hipnotizante sobre esse filme. Um filme com um orçamento mais baixo mas com um suspense psicológico decente que instiga a imaginação de muitas maneiras. Com uma ideia simplista intrigante, eles foram capazes de criar um divertido experimento humanista que provocava uma reflexão, simplesmente com diálogo e um Círculo.
No geral, este é um filme muito perturbador, mas comovente. Isso traz muitas questões interessantes sobre a natureza humana e não fornece respostas fáceis. Este é um filme ousado, um filme desafiador e um filme que não é para todos, mas se você pode tolerar o assunto eu recomendo fortemente.